As práticas pedagógicas e a autonomia docente nos anos iniciais do ensino fundamental
Palavras-chave:
Práticas pedagógicasResumo
O presente artigo tem como objetivo analisar como as práticas pedagógicas dos professores dos anos iniciais do ensino fundamental evidenciam a autonomia docente e identificar seus saberes. Os referenciais teóricos utilizados foram Gimeno Sacristán (1999), que aborda a intencionalidade da prática docente e sua definição conceitual; Tardif (2010; 2011), que nos ajuda a compreender e elencar os saberes docentes específicos que compõem a prática docente. Para discutir sobre a autonomia docente e sua conceituação, apoiamo-nos na construção teórica de Contreras (2002). A fim de realizar uma reflexão a respeito da pesquisa científica e respaldar os dados coletados, buscou-se a contribuição de Bourdieu (1983; 2021) e sua conceituação sobre a construção do habitus, violência simbólica e da reprodução, no campo da educação. O tratamento e a análise dos dados foram realizados a partir da análise de conteúdo, segundo Bardin (2016). Os agentes da pesquisa foram os docentes dos anos iniciais do ensino fundamental da rede pública do Município de Ponta Grossa/PR. Os resultados dessa pesquisa indicam que quando os professores estão em sua sala de aula, eles podem exercer uma autonomia maior, escolher métodos singulares e privilegiar uma prática condizente com seus alunos. Todavia, essa autonomia decresce quanto à padronização das avaliações em nível de rede municipal, no tocante às formações continuadas que não emergem do interesse docente nem do seu cotidiano escolar.
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