Educação ribeirinha amazônica e escolarização

abordagens sobre os saberes locais em práticas pedagógicas em uma escola na Ilha de Santana-AP

Resumo

Este artigo é parte de Dissertação de Mestrado e apresenta a análise de como os saberes locais ribeirinhos amazônicos são abordados nas práticas pedagógicas de docentes no processo de escolarização na Ilha de Santana-AP. A Amazônia, a despeito de ser considerada a região mais preservada do Brasil, carrega um histórico perverso de incursões capitalistas; porém, há diversos grupos populacionais que vivem às margens de rios com saberes locais intergeracionais. A pesquisa foi realizada no Distrito Ilha de Santana, estado do Amapá. Caracteriza-se como área rural e ribeirinha, e como tal é reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC), que preconiza que sua escolarização deve considerar esta especificidade. Na metodologia utilizou-se o método Hermenêutico (Gadamer, 2002), a abordagem qualitativa (Minayo, 1993) e o estudo de caso (Yin, 2005). Realizou-se entrevistas semiestruturadas (Manzini, 2004) com 10 docentes que atuavam no Ensino Fundamental II na Escola Estadual Osvaldina Ferreira da Silva; houve a observação participante (Laville; Dionne, 1999) na comunidade e na referida escola. Os dados foram analisados com o suporte da Análise de Conteúdo (Bardin, 2016). Dentre os principais resultados a pesquisa revelou que os docentes são conscientes da importância de integrar, em suas práticas pedagógicas, conteúdos associados à realidade de seus alunos, mas ainda esbarram em alguns desafios para atuar em sintonia com o contexto de escolas situadas em comunidades ribeirinhas como a Ilha de Santana.