Gamificação como instrumento lúdico neoliberal

Elementos hegemônicos e processos de resistência

Autores

Palavras-chave:

Gamificação, Ludicidade, Neoliberalismo

Resumo

O artigo objetivou discutir gamificação à luz da ludicidade e do neoliberalismo. Abordagem metodológica qualitativa, exploratória, com pesquisa bibliográfica sistemática de obras de Byung-Chul Han analisada em três categorias temáticas. Discutiu-se a lógica gamificada, seus reflexos na manutenção da hegemonia, reprodução de ideologias dominantes e o que subjaz ao engajamento trazido pelos jogos que tem mantido pessoas afastadas da autotelia presente na arte, na poesia, na ludicidade etc. Caracterizaram-se paradigmas e concepções de ludicidade que aportam diferentes formas de compreendê-la, desde a subjetividade ao utilitarismo o qual é enaltecido pelo neoliberalismo. Inferiu-se que gamificação não enseja emancipação, crítica ou reflexão, mas sim, transborda dominação, exploração, adaptação e submissão.

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Biografia do Autor

Márcia Mineiro, UESB

Graduada em Ciências Contábeis, Licenciada em Pedagogia, professora na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Mestre em Contabilidade pela Fundação Visconde de Cairu (FVC), Doutora em Educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Líder do Grupo de Estudos e Pesquisa Interdisciplinar e Crítico (GEPIC).

Lúcia Gracia Ferreira, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Doutora em Educação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Pós-doutorado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia-Itapetinga (UESB). Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFBA e da UESB. Líder do Grupo de Pesquisa e Estudos Pedagógicos (CEPEP/ CNPq/UESB) e Docência, Currículo e Formação (CEPEP/ CNPq/UFRB).

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Publicado

2025-07-11

Como Citar

Mineiro, M., & Gracia Ferreira, L. (2025). Gamificação como instrumento lúdico neoliberal: Elementos hegemônicos e processos de resistência. Momento - Diálogos Em Educação, 34(2). Recuperado de https://periodicos.furg.br.162-240-144-111.cpanel.site/momento/article/view/16618

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